sábado, 15 de setembro de 2012

Eu que não fumo, queria um cigarro. Eu que não amo você, envelheci dez anos ou mais nesse último mês


  Sabe, João, tá cada vez mais dificil lidar com a sua ausência, mas talvez isso não seja tão dificil quanto lidar com a sua inconstância. Cada vez que a vida me dá um desses tapas na cara, eu fico imaginando onde te encontrar, pra onde você fugiria comigo, onde a gente iria se esconder até que os raios parassem de romper no horizonte. Mas eu sei, Zé, eu sei você que você se lançou às profundezas do oceano, onde todas as esperanças afundam. Eu queria me perder no oceano também...

 É tão estranho, tão confusa a forma como você vai e volta sem se explicar. E eu fico perdida, porque sempre é noite e o oceano é imenso. Quando a dor é muito forte e o silêncio acaba por me ensurdecer, eu acabo por te procurar nas profundezas de  um copo de vodka, mas não se preocupe, eu juro que não é Balalaika.

 Eu queria tanto poder te falar sobre como depois de um tempo as estrelas mais brilhantes acabam por despencar de lá do céu e caem sobre a minha cabeça. Eu queria te falar sobre o conforto que a gente só encontra na solidão. Eu queria sua voz melancólica me dizendo qualquer coisa sem sentido agora.

 É normal se sentir insignificante todos os dias, Zé?

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