sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Noite passada eu sonhei que alguém me amava. Nenhuma esperança, nenhum dano. Só outro alarme falso.


  E você pousava silencioso a cabeça no meu colo e lá descarregava toda a sua insegurança. Os meus dedos traçavam caminhos demoradoas por entre os seus cabelos e ali eu descançava. E ali eu reconhecia a paz. Foi uma pena o despertador tocar, Zé. Eu teria te mostrado os mais profundos poemas com meus olhos grandes. Eu teria encontrado um refúgio além das entranhas do oceano, onde coubessem todas as suas mágoas e seu desalento, onde você choraria todos os seus fracassos expostos.
 Se perca comigo, Zé. Dê uma volta do ponto mais escuro ao ponto mais nobre do mundo do inconsciente ao meu lado. Se jogue no abismo dos sonhos junto de mim e deixe-me transcender a escuridão com você. 
 O sonho é mesmo a pior das cocaínas. Me faz acordar com o gosto forte que tem a tua ausência cravado na boca. Me obriga todos os dias a conviver com a dúvida.

 E você, Zé? Com quem você sonhado? Qual é o gosto que amanhece na sua boca quando o sonho te tira o juízo?

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